
Quantas vezes você já ouviu frases como “Aqui promovemos o diálogo” ou “Nossa empresa valoriza a escuta ativa”? O discurso é bonito, mas será que isso realmente acontece ou fica apenas nas apresentações corporativas?
Os textos de Arnaldo Bassoli (2015) e Humberto Mariotti (2018) nos desafiam a pensar além dos clichês. Eles falam de escuta genuína, suspensão de julgamentos e práticas que desarmam o automático “concordo ou discordo”. Soa inspirador, mas será que seu RH está preparado para liderar essa transformação?
Promover o diálogo genuíno não é só uma questão de bem-estar. Estudos indicam que empresas que investem em ambientes colaborativos e na escuta ativa têm uma produtividade até 21% maior e taxas de retenção de talentos significativamente superiores.
Além disso, o custo de turnover — que pode chegar a 150% do salário anual de um funcionário — é reduzido em ambientes onde o diálogo é promovido de forma estratégica. Em resumo, o diálogo impacta diretamente o bolso da empresa.
Mas como promover essa mudança na prática? Aqui estão algumas dicas:
- Crie rituais de escuta ativa: Reserve momentos específicos nas reuniões para que cada voz seja ouvida, sem interrupções.
- Eduque sobre vieses cognitivos: Treine líderes e equipes para identificar e evitar automatismos que bloqueiam a colaboração.
- Redefina o feedback: Transforme o momento de feedback em uma troca construtiva e menos hierárquica.
- Adote a mediação como cultura: Use facilitadores para resolver conflitos e mediar discussões complexas.
- Reforce o papel do RH: Capacite o setor para ser mais do que um balcão de processos, transformando-o em um agente ativo de mudança.
O diálogo precisa de mais que intenções. Ele exige coragem para admitir que, muitas vezes, o ambiente corporativo é o oposto do que pregamos. As decisões rápidas, a cultura do “meta a qualquer custo” e os egos inflados minam qualquer tentativa de colaboração real.
E se o problema não for a falta de ferramentas, mas a falta de vontade? Será que estamos prontos para abandonar a zona de conforto do “sempre foi assim” e transformar feedbacks em conversas, reuniões em espaços de inovação e discordâncias em pontos de partida?
A verdade é que um RH que promove diálogo de verdade precisa incomodar — e isso vai contra a lógica da harmonia falsa que muitas empresas adoram. Então, pergunte-se: na sua empresa, o RH é a ponte para o diálogo ou só mais um balcão de processos?
Esta é mais uma Quintas do RH. Quer transformar seu ambiente de trabalho? Fale conosco! A ToMoveCom ajuda a efetivar seu endomarketing e criar uma comunicação interna que faz a diferença.
Referências:
BASSOLI, Arnaldo. Sobre o diálogo. 2015. Disponível em: http://escoladedialogo.com.br/escoladedialogo/index.php/biblioteca/artigos/sobre-o-dialogo-2/. Acesso em: 05 dez. 2024.
MARIOTTI, Humberto. O automatismo concordo-discordo e as armadilhas do reducionismo. 2018. Disponível em: http://escoladedialogo.com.br/escoladedialogo/index.php/biblioteca/artigos/concdisc/. Acesso em: 05 dez. 2024.
GALLUP. The State of the Global Workplace Report. 2021.