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A Contratação no Brasil e no Exterior: Dois Mundos Diferentes

Se você já participou de processos seletivos internacionais, pode ter notado uma grande diferença em relação ao Brasil: dados pessoais, como idade, estado civil, gênero e se tem filhos, são irrelevantes para a maioria das empresas estrangeiras.

Nos Estados Unidos e na União Europeia, por exemplo, muitas leis trabalhistas proíbem recrutadores de perguntar sobre características pessoais, pois isso poderia gerar viés discriminatório. O foco está nas habilidades, experiências e na capacidade de entrega do candidato.

Já no Brasil, ainda é comum que empresas levem em consideração fatores que não têm relação direta com a competência profissional. Mas o que isso revela sobre a empresa?

A Cultura da Empresa Está no Processo Seletivo

Se a contratação se baseia mais na identidade pessoal do candidato do que em seu potencial técnico e estratégico, isso pode indicar que a empresa tem uma cultura organizacional conservadora. Em organizações assim, valores tradicionais podem sobrepor-se a critérios objetivos de avaliação de desempenho.

Isso não significa, necessariamente, que essa cultura seja negativa. Mas para o profissional, é um indicador importante: será que vale a pena ingressar em um ambiente onde sua vida pessoal pesa mais do que sua capacidade de entrega?

Empresas inovadoras, especialmente startups e multinacionais com cultura ágil, costumam adotar processos seletivos mais técnicos e objetivos, onde o foco está na compatibilidade de habilidades e valores, e não em aspectos pessoais irrelevantes para a função.

Startups x Empresas Tradicionais: O Que Muda?

A diferença entre startups e empresas tradicionais na forma de contratar reflete o próprio modelo de gestão e inovação.

Startups: O processo de recrutamento tende a ser mais dinâmico e menos burocrático, com ênfase em habilidades práticas, fit cultural e capacidade de adaptação. Perguntas sobre vida pessoal são raras e, quando ocorrem, geralmente servem para entender valores e motivação, não para excluir candidatos.

Empresas Tradicionais: Podem seguir padrões mais rígidos, valorizando estabilidade, tempo de experiência e, em alguns casos, características pessoais que consideram “adequadas” ao perfil corporativo.

O Viés Inconsciente no Processo de Seleção

A psicologia organizacional já demonstrou que viés inconsciente afeta contratações. Estudos da Harvard Business Review indicam que fatores como gênero e idade ainda influenciam decisões, muitas vezes de forma automática.

🔍 Exemplo prático: Uma pesquisa publicada no Journal of Applied Psychology revelou que currículos idênticos recebiam respostas diferentes quando o nome do candidato sugeria um gênero ou etnia específica.

No Brasil, pesquisas da Fundação Instituto de Administração (FIA) indicam que mulheres, pessoas negras e candidatos acima dos 40 anos ainda enfrentam barreiras invisíveis no mercado de trabalho, muitas vezes por critérios subjetivos e culturais.

O Que Você Deve Considerar Antes de Aceitar uma Proposta?

Se a empresa faz perguntas que não são comuns em processos seletivos globais, reflita sobre o que isso significa para você. Algumas perguntas podem te ajudar a avaliar melhor o ambiente:

🔹 A empresa valoriza resultados ou perfis específicos?
🔹 Existe diversidade real entre os funcionários e na liderança?
🔹 O processo seletivo foi estruturado de forma justa e objetiva?

Escolher um emprego não é apenas aceitar uma oferta – é entrar em um ambiente que pode impactar sua carreira e bem-estar a longo prazo.

Sua Carreira, Sua Escolha

O que sua entrevista de emprego diz sobre a empresa? No exterior, perguntas pessoais são evitadas porque recrutamento deve ser objetivo e baseado em competência. No Brasil, essa prática ainda é comum, especialmente em empresas tradicionais.

Saber identificar essas diferenças pode ajudar profissionais a tomar decisões mais alinhadas com seus valores e objetivos.

Na ToMoveCom, ajudamos empresas a construir processos seletivos mais estratégicos, inclusivos e baseados em dados, promovendo ambientes de trabalho mais justos e inovadores. Quer transformar sua forma de contratar? Fale com a gente!


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Referências

GIANETTI, Eduardo. Entrevista à Folha de S. Paulo. 2006. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2006/maisdinheiro2/rf2711200608.shtml. Acesso em: 12 mar. 2025.

GILBERT, Dan. The surprising science of happiness. TED Talk, 2004. Disponível em: https://www.ted.com/talks/dan_gilbert_the_surprising_science_of_happiness. Acesso em: 12 mar. 2025.

HARVARD BUSINESS REVIEW. Why Diversity Programs Fail. 2016. Disponível em: https://hbr.org/2016/07/why-diversity-programs-fail. Acesso em: 12 mar. 2025.

JOURNAL OF APPLIED PSYCHOLOGY. Hiring Discrimination Against Black Candidates. 2018.

FUNDAÇÃO INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO (FIA). Diversidade no Mercado de Trabalho Brasileiro. Relatório 2020.

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